quinta-feira, 10 de março de 2011

Hidrato Cloral

 HIDRATO DE CLORAL
Hipnótico, Sedativo

Indicações
O  hidrato  de  cloral  é  um  hipnótico  sedativo  com  propriedades  semelhantes  as  dos  barbituricos, doses terapêuticas tem um efeito leve sobre respiração e pressão sangüínea.
Externamente  o  hidrato  de  cloral  tem  uma  ação  rubifaciente  e  é  empregado  também  como  contentor  de irritações. 
O cloral hidrato é administrado oralmente na forma se solução oral ou cápsulas gelatinosas com hidrato de cloral diluído em um veiculo aceitável. É também dissolvido em preparações oleosas e usado como enema ou como supositório.
Não deve ser administrado em comprimidos ou pílulas pois pode danificar a membrana mucosa do trato gástrico.

Propriedades
É rapidamente absorvido pelo estomago e inicia sua ação 30 minutos após a ingestão. É amplamente distribuído através do organismo. É metabolizado para acido tricloroacético e tricloroetanol nas hemácias, fígado e outros tecidos e excretado  parcialmente  na  urina  como  tricloroetanol  e  seu  conjugado  glucurônico  (acido  uroclorálico)  e  como  acido tricloroacetico. Quantidades significativas são excretadas pela bile.
O tricloroetanol é o metabólito ativo e atravessa a barreira cerebroespinhal através do fluido, para o leite e para a placenta até o feto. A meia vida do tricloroetanol no plasma é relatada ser aproximadamente entre 7 a 11horas.
Em um estudo comparativo 7 voluntários saudáveis forma administrados com 15mg de hidrato de cloral por kg e triclofós 22,5mg por kg. O pico das concentrações no plasma do  tricloroetanol foram 8,5ug/mL após uma dose única de hidrato  de  cloral  e  8,2ug/ml  após  uma  dose  simples  de  triclofós.  A meia  vida  plasmática  do  acido  tricloroacetico  e tricloroetanol foram de 67, 2 e 8,2 horas, e a ligação a proteínas plasmáticas foi de 94 e 35% respectivamente. O padrão de metabólitos  urinários  foi  semelhante  para  ambas  as  drogas  com  7,1%  de  cloral  hidrato  e  4,6%  de  triclofós  sendo recuperados como glucuronato de tricloroetanol, tricloroetanol e acido tricloroacetico. Após 24 horas menos do que 12% de cada droga  foi recuperado na urina e foi considerado que a excreção biliar é provavelmente uma  importante via de eliminação. Seguida administração dos fármacos após 7 dias, as concentrações de acido tricloroacetico foram maiores do que 80ug por ml.

Contra-indicações
Gravidez – o hidrato de cloral administrado a mãe pode abaixar as concentrações de bilirrubina na criança.
Amamentação – este medicamento pode passar para o leite materno em quantidades suficientes para causar uma sedação mínima após uma longa alimentação.

Dose Usual / Posologia
A dose hipnótica usual é de 0,5 a 2 g à noite e como um sedativo 250mg pode ser dado 3 x ao dia ate uma dose máxima ou diária de 2g. Deve ser tomado com bastante água ou leite. Crianças geralmente toleram bem o cloral hidrato e 50mg/kg  de  peso  corporal  diariamente  pode  ser  dado  ate  uma  dose máxima  de  1g  ao  dia  como  hipnótico.  Uma  dose sedativa para crianças foi sugerida de 8mg/kg de peso  3 x ao dia.
Precauções
 O hidrato de cloral não deve ser utilizado em pacientes com dano renal ou hepático ou doença cardíaca severa e  a administração oral é melhor ser evitada na presença de gastrite. Deve ser usado com cuidado em pacientes susceptíveis a porfiria.
Este medicamento pode causar tontura e deve-se tomar cuidado ao conduzir ou realizar tarefas que requeiram coordenação e atenção. Estes efeitos são aumentados pela administração simultânea de depressivos do SNC como álcool, barbituricos e  outros  sedativos. Uma  reação  vasodilatadora  também  pode  ocorrer  após  administração  concomitante  de álcool. Tem sido sugerido que os efeitos podem ser aumentados se inibidores da monoamina oxidase (IMAO) forem dados conjuntamente mas a validade de qualquer das  interações relatadas tem sido questionadas. Um estado hipermetabólico, aparentemente durante o deslocamento dos hormônios tireóideos para suas pontes de proteínas, tem sido relatado para a administração concomitante de hidrato de cloral e furosemida.

Reações Adversas
Tem  um  gosto  amargo  e  é  corrosivo  à  pele  e  membranas  mucosas  quando  não  é  bem  diluído.  Em  doses terapêuticas  os  efeitos  adversos  incluem  irritação  gástrica,  ataxia,    pesadelos,  excitação  e  confusão  (algumas  vezes paranóia). Recaídas  são menos  comuns do  que  com barbituricos.  Reações  alérgicas  incluem  rash  cutâneo e eosinofilia.
Leucopenia  pode  ocorrer.  Os  efeitos  da  superdosagem  aguda  lembram  o  da  intoxicação  aguda  por  barbituricos.
Adicionalmente ao efeito irritante pode causar vomito inicialmente, e necrose gástrica levando-se ao extremo. Arritmias cardíacas tem sido relatadas. Pode ocorrer dano hepático e renal em associação com albuminuria.
A  ingestão  crônica  de  altas  doses  pode  ser  associada  com  gastrite,  rashs  cutâneos,  vasodilatação  periférica, hipotensão, e depressão miocardica. Dano renal pode ocorrer.
A  tolerância  pode  desenvolver  com  dosagens  altas  ou  prolongadas  e  a  dependência  pode  ocorrer.  A  retirada repentina do hidrato de cloral de um paciente dependente pode resultar em sintomas semelhantes ao delirius tremens.

Interações Medicamentosas
Álcool  –  em  um  estudo  controlado  de  5  voluntários  saudáveis  tratados  com  500mg  de  álcool  por  kg  de  peso corpóreo e  cloral hidrato  15mg/kg,  aumentou e prolongou  as  concentrações  plasmáticas de  tricloroetanol e  reduziu  as concentrações  plasmáticas  de  acido  tricloroacetico.  Por  outro  lado  o  hidrato  de  cloral  aumentou  a  absorção  de  álcool conduzindo as concentrações mais rapidamente conseguidas e elevadas no sangue nos primeiros 30 minutos

Referências Bibliográficas
1.  MARTINDALE – The Extra Pharmacopoeia. 29ªEd. 1989.

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