domingo, 24 de abril de 2011

Vitex Agnus Castus

 Vitex agnus castus
Modulador hormonal natural
Dados Técnicos
Nome científico: Vitex agnus castus
Família: Verbenaceae/Lamiaceae
Parte utilizada: fruto
Princípios ativos: óleos essenciais (monoterpenos e sesquiterpenos), flavonóides (incluindo acasticina) e glicosídeos iridóides (incluindo aucubina e agno-sídeo).

História
São naturais da região do Mediterrâneo e da Criméia, sendo encontradas também em regiões quentes da Ásia, África e Américas.
A origem do nome VITEX AGNUS CASTUS significa:
Vitex é derivado do latim vitilium, que significa trançado, entrelaçado.
Agnus castus, é originário do latim castitas, que significa castidade, o termo agnus é comparado ao termo grego agnos, que significa cordeiro.
Fez parte das plantas medicinais da Antiguidade, sendo mencionada nos trabalhos de Hipócrates, Dioscórides e Theofrasto. A primeira referência como Vitex, é encontrada nos escritos de Plínio, o Velho, no século 1 A. C. 
A primeira indicação medicinal específica pode ser encontrada nos escritos de Hipócrates, no 4o século A. C., como remédio feminino, para hidropsia, injúrias, inflamação e inchaço do baço, fígado, doenças de pele, olhos, feridas; suas folhas em vinho são indicadas para hemorragias e eliminação da placenta.
Sua origem cultural e mística:
Persas: O agnus castus aparentemente era conhecido dos persas, no último período do século IX. Era indicado para curar insanidade, loucura e epilepsia. Os frutos eram vendidos nos bazares egípcios como "calmante para histeria".
Na região do Mediterrâneo, onde crescia naturalmente, Vitex era indicado para doenças como cólicas, gases e outros problemas digestivos.
Na Inglaterra, era utilizado para as mesmas doenças, baseado nos escritos dos gregos e romanos e a sua forte reputação foi mantida por séculos. 
Na Alemanha e França, o vegetal tinha mais popularidade, pois os frutos eram considerados picantes, aromáticos, promoviam boa digestão, eram diuréticos e carminativos, removendo "obstruções intestinais".
Sinonímia
Vitex,  agnocasto,  agno-casto,  anho-casto,  agno-puro,  árvore-da-castidade, pimenteiro-silvestre,  alecrim-de-angola,  cordeiro-casto,  flor-da-castidade,  chaste-berry, chaste-tree, monk´s pepper, Chaste tree berry powder extract.

Ação Farmacológica
Farmacodinâmica:  inibe  a  secreção  de  FSH  e  estimula  a  secreção  de  LH  (Hormônio Luteinizante),  desviando  a  relação  estrógeno/progesterona  a  favor  da  progesterona.  Este efeito  de  Vitex  agnus-castus  L.  para  aumentar  ou  modular  os  níveis  de  progesterona  no organismo é um efeito indireto e não uma ação hormonal direta.
Estudos em ratos demonstraram que Vitex agnus- castus L. inibe a liberação de prolactina pela hipófise, principalmente em condições de estresse, pela habilidade de se  ligar aos receptores dopaminérgicos.
A ação normalizadora e balanceadora (estrógeno-progesterona) é benéfica no tratamento de menstruação irregular e dolorosa, infertilidade, síndrome pré-menstrual, problemas de menopausa e outros desequilíbrios hormonais. É útil no tratamento de endometriose e também para normalizar o sistema após o uso descontinuado de pílulas anticoncepcionais.
Vitex agnus castus foi considerado mais eficiente que a piridoxina (Vitamina B6) no alívio das queixas mais típicas da síndrome pré-menstrual. A maioria das mulheres submetidas a esta pesquisa, cerca de 77,1%, preferiram o uso de Vitex, pois as doses eram menores (3,5-4,2 mg) em relação à piridoxina (200 mg); conseqüentemente, menores os efeitos colaterais. A piridoxina foi escolhida para comparação, baseado no fato de que pesquisas anteriores indicavam seu poder no alívio de vários sintomas da síndrome pré-menstrual, como nervosismo, irritabilidade, depressão, sensibilidade mamária, aumento de peso, dor de cabeça, edemas e constipação.
O controle da acne em adolescentes, homens ou mulheres, também pode ser feito com Vitex. Pesquisas indicam que o equilíbrio hormonal acontece após 10 dias de tratamento, mas o benefício completo, após seis meses ou mais de tratamento. Na síndrome pré-menstrual, o resultado poderá ser sentido já na segunda menstruação, mas efeitos permanentes, após um ano ou mais de tratamento.

Indicações
Ansiedade;
Tensão nervosa;
Insônia
Irregularidades do ciclo menstrual como: metrorragia, oligomenorréia, polimenorréia e amenorréia secundária. 
Síndrome  pré-menstrual  (TPM)  principalmente  sintomas  como  mastalgia  e  retenção líquida.
Outras: hiperprolactinemia, infertilidade devido a níveis diminuídos de progesterona ou hiperprolactimenia.
Hipermenorréia (hemorragia menstrual excessiva);
Oligomenorréia (menstruação anormalmente freqüente);
Anovulação (suspensão da ovulação);
Mastodínea (dor nas mamas);
Hiperprolactinemia (excesso de prolactina no sangue). 

Dosagem
Tomar de 1 a 2 cápsulas de 300mg ao dia, em jejum, antes do café da manhã.

Reações adversas
Erupções cutâneas moderadas e desarranjo intestinal. 
Pode aumentar o fluxo menstrual.
Dores de cabeça.
Queixas gastrointestinais. 

Interações medicamentosas
Este  insumo  não  deve  ser  usado  conjuntamente  com  outras  terapias  endócrinas  (reposição hormonal,  anticoncepcionais  orais,  hormônios  sexuais).  Pode  ter  seu  efeito  diminuído  pela ingestão de drogas antagonistas dos receptores dopaminérgicos.

Contra-indicações
Gestantes
Lactantes
Mulheres que fazem tratamento hormonal
Para quem tem déficit metabólico de FSH (Hormônio Folículo Estimulante) 

Precauções
Recomenda-se continuar o tratamento por várias semanas após melhora dos sintomas.

Referências
ALTERNATIVE Medicine. Chaste Tree. Extraído de Herbal Health Products. [online]. Disponível na Internet via WWW. URL://alternative-medicines.com/herbdesc1/1chastet.htm.
ALBUQUERQUE, U. P. de. Etnobotânica de uma bebida cerimonial no nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Farmácia, 78(4):86-89, 1997
BROWN, Donald J. Vitex agnus castus Clinical Monograph. Extraído de Herbal Research Review. [online]. Disponível na Internet via WWW. URL:http://xts.net/lvtgw/Info_htm/Herbal_H/herbal01.htm.
PANIZO, R. S. Uso de la Biodiversidad y Derechos de la Propriedade Genetica. In:
TOLEDO, J. M. (ed.)Biodiverdidad y Desarrollo Sostenible de la Amazonia en una Economia de Mercado. Talleres de Stansa: Lima, 1994. p. 65-81.
PDR® for Herbal Medicines. Vitex agnus castus.[online]. Disponível na Internet via WWW. URL://pdr.net/pharm/psrecord.htm?NS_...0b3cc38&NS_template_dir=&NS_inital_frm=1.
SCHELLENBERG, R. Treatment for the premenstrual syndrome with agnus castus fruit extract: prospective, randomised, placebo controlled study. Brithish Medical Journal 322: 134-137, 2001
SLIUTZ G, SPEISER P, et al: Agnus castus extracts inhibit prolactin secretion of rat pituitary cells. Horm Metab Res 25: 253-5,1993.
STADEN von, Henrich. Spiderwoman and the Chaste Tree: The semantics of matter. Configurations, 1(1), pág. 23-56, 1992. [online] Disponível na Internet via WWW.URL: http://muse.jhu.edu/demo/com/1.1von_staden.html.

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