Lactobacillus Acidophilus
Através da produção de ácido lático, o Lactobalcillus acidophilus, uma bactéria natural do trato gastro-intestinal, cria um ambiente desfavorável, para o crescimento de fungos e outras bactérias, potencialmente patogênicas, (inclusive bactérias de putrefação), e favorece uma flora de característica ácida.
Preparações contendo Lactobacillus ajudam a restabelecer a funcionalidade e a flora bacteriana do trato intestinal. O Lactobacillus acidophilus também tem sido utilizado em pacientes com diarréia infecciosa, colites ulcerativas, irritação de cólon, diverticulitis, colostomias com diarréia ou constipação, constipações, diarréia com muco ou espasmódica, e diarréia seguida de amebíase.
Alguns estudos também verificaram que os Lactobacillus acidophilus podem oferecer alívio a urticárias, úlceras bucais e tratar processos acneicos de alguns pacientes, entretanto, estes resultados em grande parte possuem imitações e são contraditórios.
Posologia
O Lactobacillus acidophilus pode ser administrado por via oral, de 20 a 40mg, preferencialmente, com leite, suco de frutas ou água.
Precauções
Os Lactobacillus acidophilus podem produzir um aumento de flatulência intestinal no início da terapia, entretanto diminui ao longo do tratamento.
Para o tratamento da diarréia, as preparações contendo Lactobacillus acidophilus não devem ser utilizadas por mais de 2 dias e em caso de febre alta a duração do tratamento deve ser acompanhada pelo médico. Alguns fabricantes recomendam que os Lactobalcillus acidophilus não sejam utilizados para o tratamento de diarréia em recém nascidos. Em crianças com menos de 3 anos o tratamento deve ser acompanhado por um médico. Indivíduos sensíveis aos derivados do leite recomenda-se não fazer uso destas preparações.
Estudo
Lactobacillus acidophilus - na redução da Candidíase Vulvovaginal Recorrente.
Há uma estimativa que cerca de dez milhões de mulheres apresentam quadro de vaginite a cada ano. A utilização de cepas específicas de lactobacilos pode reduzir a incidência e a duração das vaginites.
A candidíase vulvovaginal é uma condição comum que acontece em cerca de 75% de todas as mulheres durante sua vida. A Candida albicans causa 90% dessas infecções. Há indícios de que 5% das mulheres com candidíase vulvovaginal podem desenvolver candidíase vulvovaginal recorrente (RVVC), a qual é definida por 4 ou mais episódios de candidíase vulvovaginal durante o ano.
Os lactobacilos constituem a flora predominante na vagina e produzem o ácido lático que mantém o pH ácido (o pH vaginal normal está em torno de (3,8 a 4,2) e algumas cepas produzem H2O2. Esta cepa produtora de peróxido, associada com agentes antimicrobianos, pode suprimir o crescimento bacteriano de patógenos em potencial, incluindo a Candida albicans e os microrganismos que causam infecções urogenitais. Algumas mulheres com RVVC apresentam-se com fatores externos, tais como diabetes, uso de antimicrobianos ou são imunodeprimidas. Em muitos casos não há explicação óbvia para as recorrências em mulheres com RVVC. A profilaxia sistêmica tem sido recomendada quando a infecção em RVVC é causada por C. albicans. Tem sido sugerido por alguns autores um curso inicial de 14 dias de terapia com imidazólicos para induzir uma remissão clínica, seguido por 6 meses de regime de manutenção.
As terapias têm um custo médico significativo e podem causar efeitos colaterais, como icterícea, hepatotoxicidade, náuseas, dores de cabeça e diarréia. Um experimento cruzado realizado por Hilton et al. demonstrou que o consumo diário de iogurte contendo contagens elevadas de colônias de lactobacilos produtores de peróxido reduziu significativamente a incidência de infecções nas mulheres RVVC.
Um outro estudo mostrou que Lactobacillus rhamnosus (cepas de GG), administrados na forma de supositórios vaginais duas vezes por dia durante 7 dias reduziu os sintomas associados com a candidíase vaginal.
Foi realizado um estudo onde 1096 mulheres foram acompanhadas durante 36 meses. O resultado demonstrou que cepas de L. acidophilus NAS (H2O2 Positivo) administrados 3 vezes semanalmente, com ou sem cápsulas probióticas, podem diminuir significativamente no risco de infecções por cândida em uma população de mulheres com RVVC.
A RVVC é um problema comum evidenciado nos cuidados preliminares e freqüentemente ignorado pela comunidade médica. Numerosas terapias orais e tópicas estão disponíveis, entretanto os efeitos adversos e o custo podem limitar seu uso. A aplicação de preparações probióticas apropriadas de cepas de L. acidophilus, tais como as cepas NAS, pode ser um meio barato e eficaz para o tratamento de mulheres com RVVC. Supositórios vaginais podem ser uma forma mais segura e mais direta de estabelecer uma população de lactobacilos cepa NAS(H2O2 Positivo) na região urogenital do que a via oral.
O estudo conduzido entre as mulheres universitárias com idade entre 19 e 40 anos com RVVC fornece a evidência clínica adicional que a cepa de lactobacilos NAS(H2O2 Positivo) pode diminuir significativamente as infecções causadas por cândida e, mesmo sendo realizados em uma pequena população, os resultados indicam que o supositório e/ou a administração oral destas cepas às mulheres pré-menopausa que sofrem de RVVC é benéfico.
Referências
1. American Society of Health System Pharmacist, Drug Information, 2001, 2772p. 2. Batistuzzo, J.A.O.; Formulário Médico Farmacêutico, 1ed.; São Paulo, 2000, 47p.
3. Metts. J; et all; The Journal of Applied Research. Vol.3 Nº. 4, 2003.
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